A Volcafe Ltd. reduziu a previsão de produção no Brasil, principal fornecedor mundial, após uma visita às lavouras que mostrou a gravidade da seca prolongada.
O país deve produzir apenas 34,4 milhões de sacas de arabica, a variedade preferida em cafés especiais. Isso representa uma queda de cerca de 11 milhões de sacas em relação à estimativa de setembro, segundo uma apresentação obtida pela
A produção global de café deve ficar 8,5 milhões de sacas abaixo da demanda na temporada 2025-26, conforme a Volcafe, somando cinco anos de déficits.
Os futuros do café arábica subiram mais de 80% este ano devido a problemas na colheita de grandes produtores, o que pode aumentar os custos para os consumidores.
Subiram até 5,5% na terça-feira, alcançando o maior nível desde 1972 e superando um recorde daquela década, quando uma severa geada devastou as árvores brasileiras.
Crescem temores sobre o abastecimento futuro no Brasil, principal produtor, após um longo período de seca este ano. Isso se soma às preocupações sobre a produção no Vietnã, maior produtor do café robusta, após a região produtiva sofrer com a seca e as chuvas pesadas no início da colheita.
Os futuros do arábica subiram 4,7%, atingindo $3,4570 a libra às 10h50 em Nova York. Os preços ultrapassaram o recorde anterior de 1977, quando o mercado foi abalado pela forte geada no Brasil em 1975, que afetou as colheitas futuras.
“A fase fundamental do mercado de café é forte e deve manter os preços altos,” afirmou Viktoria Kuszak, assistente de pesquisa na Sucden Financial.
Outras partes da cadeia do café também sentem a pressão dos altos preços. Com a alta dos preços, corretores exigem que produtores e exportadores ofereçam mais recursos em depósitos de margem para cobrir perdas potenciais, encarecendo a proteção no mercado de futuros.