A disparada do dólar é uma reação desmedida que se alimenta a si mesma, afirma El-Erian.

O aumento expressivo do dólar no Brasil desde a implementação do Plano Real, em 1994, é fruto de uma reação desproporcional do mercado, que se alimenta de forma autossustentável, afirmou o economista Mohamed A. El-Erian, líder do Queens' College, instituição de ensino superior de Cambridge.

O dólar dos Estados Unidos fechou a sessão de terça-feira (18) em alta de 2,78%, sendo cotado a R$ 6,26, no segundo dia consecutivo de seu maior valor histórico.

Em um post na rede social X, o economista dos Estados Unidos destacou que o Brasil enfrenta uma situação de "overshooting", um termo no mercado financeiro que designa uma desvalorização excessiva e desvinculada dos princípios básicos da economia.

Os mercados locais do Brasil estão experimentando um daqueles overshoots clássicos de nações emergentes, onde um estímulo fundamental se une a indicadores técnicos inadequados para gerar uma venda que se alimenta a si mesma", ele escreveu.

De acordo com El-Erian, o cenário está dividido entre circuit breakers, um mecanismo que obriga a interrupção do mercado em momentos de alta volatilidade, e a contaminação de fundamentos técnicos.

Nas últimas semanas, a valorização do dólar foi impulsionada pela desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo federal no final de novembro.

Desde aquele momento, a moeda subiu para níveis nunca antes alcançados acima de R$ 6, o que contribuiu para a piora das previsões dos agentes para a inflação deste e dos próximos anos, além da elevação da taxa de juros.

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